Introdução
Há três personagens principais no livro de Provérbios: o sábio, o simples e o tolo.
- O sábio teme a Deus, e vive pela Bíblia e por sábios conselhos.
- O tolo age sem pensar, e comete muitos erros.
- O simples sabe pouco, e pode ser influenciado facilmente pelos dois.
Provérbios 26:1-16 foca numa subcategoria do tolo, o preguiçoso.
- O preguiçoso é um passo além do tolo!
Para entender isso, precisamos analisar primeiro a natureza do tolo para depois entender o preguiçoso.
A Natureza do Tolo
- O tolo é infiel, trazendo problemas aos que confiam nele.
“Os pés corta, e o dano sorve, aquele que manda mensagem pela mão dum tolo” (Pv 26:6). - O tolo é desajeitado com a verdade, não podendo usar a sabedoria.
“Como as pernas do coxo, que pendem flácidas, assim é o provérbio na boca dos tolos” (Pv 26:7). - O tolo não conhece a convicção da verdade, sendo sem impacto.
“Como o espinho que entra na mão do bêbado, assim é o provérbio na boca dos tolos” (Pv 26:9). - O tolo anda cego, voltando ao que deve rejeitar.
“Como o cão torna ao seu vômito, assim o tolo repete a sua estultícia” (Pv 26:11). Jesus disse: “Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem” (Mt 7:6).
A Necessidade do Tolo
O tolo precisa ser corrigido. Esta é a grande necessidade dele. Deus explica isso através de várias comparações.
- O tolo precisa de humildade.
- “Como a neve no verão, e como a chuva na sega, assim não fica bem para o tolo a honra” (Pv 26:1). A neve mata as plantas do verão. A chuva atrapalha a sega. Também, se honrarmos o tolo na sua tolice, vai matar a sabedoria que precisa crescer nele, e vai atrapalhar os efeitos da humildade que ele ainda não tem.
- “Como o que arma a funda com pedra preciosa, assim é aquele que concede honra ao tolo” (Pv 26:8). A funda é para jogar pedras comuns, não diamantes e rubis. O tolo, da mesma forma, não precisa de honra; precisa de humildade.
- O tolo precisa da vara.
- “O açoite é para o cavalo, o freio é para o jumento, e a vara é para as costas dos tolos” (Pv 26:3). O cavalo precisa ser domado. O jumento precisa aprender a obedecer. O tolo, pela vara, aprenderá a se submeter e obedecer.
- O tolo precisa de correção.
- “Não respondas ao tolo segundo a sua estultícia; para que também não te faças semelhante a ele. Responde ao tolo segundo a sua estultícia, para que não seja sábio aos seus próprios olhos” (Pv 26:4, 5). O tolo utiliza táticas imaturas para defender as suas ações e as suas atitudes, que podem negativamente afetar os que querem corrigi-lo; todavia, se ninguém corrigi-lo, ele não será humilhado. Ele terá soberba nos seus erros.
Assim, aprendemos que existe (1) o tolo corrigido que tem esperança que possa mudar, e (2) o tolo não corrigido que é “sábio aos seus próprios olhos”. Este segundo tolo é pior do que o primeiro.
O escritor dos Provérbios até diz: “Tens visto o homem que é sábio a seus próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo do que dele” (Pv 26:12).
Com esta base, ele continua nos dando provérbios, mas não focando no tolo. Ele foca no preguiçoso; todavia, ele junto o que ele ensinou sobre o tolo não corrigido com o preguiçoso. Ele escreveu: “Mais sábio é o preguiçoso a seus próprios olhos do que sete homens que respondem bem” (Pv 26:16).
O preguiçoso, então, é pior do que o tolo!
A Natureza do Preguiçoso
Ser preguiçoso não é ter preguiça. Todo mundo tem preguiça. Estes provérbios vão nos mostrar que o preguiçoso é aquele que substitui suas responsabilidades por outras atividades, e sempre procura desculpas para isso. Ele defende a sua preguiça!
- O preguiçoso procura desculpas, em vez de procurar eliminá-las.
“Diz o preguiçoso: Um leão está no caminho; um leão está nas ruas” (Pv 26:13). Um leão feroz, com certeza, pode matar. A presença dele serve para muita pessoa como desculpa para não entrar na rua. Vamos imaginar que entre você e o seu serviço de roçar o campo, o leão anda. Facilmente, você pode dizer: “Ah, tem leão. Não vou poder trabalhar hoje.”
Agora, vamos imaginar que em vez de ter trabalho no campo, há uma caixa com R$4 milhões. Eu falo para você: “A caixa e o dinheiro são presentes para você. Você tem 24 horas para ir lá buscar. Assim que buscar será seu dinheiro.” Nesse caso o que faria? Muitas falariam: “Bom, são R$4 milhões. Eu mato o leão!” De repente, o que servia como desculpa, não é mais desculpa; é desafio.
O preguiçoso aproveita desculpas para não fazer o que não quer fazer. As desculpas até parecem suficientes, e ele silencia a consciência e as críticas.
O diligente, porém, procura eliminar desculpas. Ele aprendeu que é só o preguiçoso que aproveita as desculpas. - O preguiçoso procrastina por meio de atividade desnecessária.
“Como a porta gira nos seus gonzos, assim o preguiçoso na sua cama” (Pv 26:14). A porta que gira nos seus gonzos [dobradiças] tem movimento e atividade, mas não tem progresso. Não tem produtividade. Não vai para lugar nenhum. O preguiçoso normalmente não fica sem atividade, mas é atividade que não produz nada de valor.
O movimento do preguiçoso na sua cama é comparável com uma porta nas suas dobradiças. O homem não acorda para as suas responsabilidades, mas fica girando-se na cama. Ele diz: “Ah, mas estou muito cansado. Estou fazendo muita coisa, não consigo fazer mais nada.”
O preguiçoso prefere atividade do que responsabilidade. - O preguiçoso cansa facilmente.
“O preguiçoso esconde a sua mão ao seio; e cansa-se até de torná-la à sua boca” (Pv 26:15). De braços cruzados, ele não ajuda os outros, porque desenvolveu o hábito de não ajudar. O menor trabalho já é demais para ele.
A Necessidade do Preguiçoso
O preguiçoso precisa de correção. Precisa ser disciplinado. Precisa saber que a sua preguiça não vai produzir sustento. Não vai ajudar ninguém. Como Paulo disse: “Se alguém não quiser trabalhar, não coma também” (II Ts 3:10b).
Existe, então, o sábio, o simples e o tolo.
Entre estes três o tolo é o pior; todavia, o tolo não corrigido é pior ainda. O tolo não corrigido é o próprio preguiçoso.
Que Deus nos ajude a não procurarmos desculpas! Que busquemos eliminá-las!
Também, vamos procurar corrigir os preguiçosos que são a nossa responsabilidade!
“Mais sábio é o preguiçoso a seus próprios olhos do que sete homens que respondem bem” (Pv 26:16).