Casamento e a Palavra que Começa com a Letra “D”

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Introdução

O mundo tem suas opiniões sobre o casamento e o divórcio. Diz que o casamento não presta; é melhor amasiar. Se tiver um relacionamento, o homem do mundo frequentemente diz que se a mulher dele não presta, logo larga ela e arruma outra. Então, para o mundo a mulher é descartável e o casamento traz um compromisso insuportável. A traição é considerada normal; não existe um amor verdadeiro. O mundo, portanto, não valoriza um casamento bíblico entre dois virgens que querem se entregar um ao outro até a morte. Muitos nem acreditam que tal casamento pode existir; outros acham que é até perigoso se casar sendo ainda virgem, porque precisa “conhecer” a pessoa para ver se vai gostar. Com certeza, este “mundo está no maligno” (I Jo 5:19b).

Outro dia conversei com uma mulher que mora junto com um homem, mas não são casados. Pessoas ficam falando para ela se casar. Mas, ela me disse: “Ah, eu não sei, pastor. Para eu me casar com ele… sei lá, seria algo psicologicamente insuportável.”

Veja bem. Já mora com ele; faz muito tempo, mas não quer casar. Ela quer os privilégios do casamento, mas não quer o compromisso. Ela sempre quer uma porta para escapar. Está em fornicação, um grave pecado (Ap 21:8), e sabe que está, mas mesmo assim, não quer se arrepender.

Nós que somos salvos em Cristo precisamos guardar duas verdades nos nossos corações. Primeiro, Deus valoriza o casamento, e até o compara com o relacionamento entre Cristo e a igreja (Ef 5). Segundo, sobre o divórcio a Bíblia diz: “O Senhor, o Deus de Israel diz que odeia o repúdio [divórcio]” (Ml 2:16a).

Então, cada um de nós que usa o nome de Jesus precisa tomar uma decisão. Ou, nós vamos adotar o ponto de vista do mundo, ou o ponto de vista de Deus. Não há outro caminho. Não há outra opção. Ou valorizamos o casamento e rejeitamos o divórcio como Deus quer, ou rejeitamos a Palavra dEle e continuamos no pecado.

Perguntas e Respostas com Jesus sobre o Casamento e o Divórcio (Mt 19:1-12)

“É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo” (v.3)? perguntaram os fariseus, querendo apanhar da boca de Jesus alguma coisa para o acusarem. Eles sabiam que muitos interpretavam Deuteronômio 24:1-4 assim. Na época deles, havia um rabi, chamado Hilel, que interpretou esta parte da lei para dizer que se sua mulher simplesmente queimasse a comida, o marido poderia repudiá-la. Muitos homens de bom grado adotaram esta interpretação.

A passagem em questão, Deuteronômio 24:1-4, na verdade, diz: Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á uma carta de repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa.” As palavras “coisa indecente” não são as palavras “qualquer motivo”. As palavras “coisa indecente” no hebraico querem dizer “a nudez da coisa.”

Estas palavras encontram-se no capitulo anterior, lidando com defecação, mas a tradução portuguesa é “coisa feia.”

E entre as tuas armas terás uma pá; e será que, quando estiveres assentado, fora, então com ela cavarás e, virando-te, cobrirás o que defecaste. Porquanto o Senhor teu Deus anda no meio de teu arraial, para te livrar, e entregar a ti os teus inimigos; pelo que o teu arraial será santo, para que ele não veja coisa feia em ti, e se aparte de ti” (Dt 23:13, 14).

Muitos estudiosos entendem que as palavras hebraicas traduzidas como “coisa feia” e coisa indecente” nestes dois capítulos, então, são expressões hebraicas para “indecente desnudamento.” No contexto de Deuteronômio 24, portanto, seria algo vergonhoso feito pela mulher para revelar a nudez dela, por exemplo: imodéstia, sensualidade, despudor, lascívia, luxúria, etc. Em outras palavras, é fornicação, quer seja um ato sexual ou algo que provoca um ato sexual.

Em fim, estes fariseus que questionaram Jesus cuidaram que eram muito estudiosos e inteligentes e que sua interpretação das palavras “coisa indecente” era superior à interpretação dEle. Eles, (sabendo também que Moisés já lidou com adultério em Levítico 20:10 e com a suspeita de adultério em Números 5:11-31), pensaram: “Esta ‘coisa indecente’ em Deuteronômio 24:1-4 não é adultério, então pode ser qualquer coisa na mulher que não agrada o homem; ou seja, ‘qualquer motivo.’

Então, como Jesus lhes respondeu?

Jesus não respondeu diretamente à pergunta deles. Ao invés disso, voltou para o primeiro casamento na Bíblia, onde Deus mesmo estabeleceu um precedente. Ali em Gênesis 2, Deus ajuntou o homem e a mulher. O homem descansou em Deus, e Deus tirou algo bem perto do coração do homem—a costela, e dela formou a mulher. Deus devolveu a mulher para aquele lugar, embaixo do braço do homem, perto do coração dele—uma cerimônia matrimonial feita por Deus mesmo!

(Este homem e sua mulher são uma carne só. A matemática de Deus é exatamente isso: 1 + 1 = 1; ou seja, um homem mais uma mulher são igual a uma só carne.)

Jesus, portanto, concluiu: “O que Deus ajuntou não separe o homem.”

Claramente vemos que Jesus entendeu muito bem as Escrituras, e os fariseus não conseguiram apanhar da boca de Jesus alguma coisa para o acusarem. Então, lhe fizeram outra pergunta.

“Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la” (Mt 19:7)?

Isto seria uma boa pergunta se não fosse tão ignorante! Jesus responde: “Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim” (v.8).

Deus, na sua presciência, sabia que o homem tem o coração bem duro, e que fará o que quer fazer, com ou sem a aprovação de Deus. Então, para proteger a mulher no caso de um divórcio, desenvolveu um sistema para um divórcio.

Nos EUA o evangelista Billy Sunday pregava tão fortemente contra cerveja que a lei da “Prohibition”, tipo Lei Seca, entrou em vigor. Proibiu a venda e a possessão de qualquer tipo de álcool. Infelizmente, isso provocou a criação da máfia, com o infame Al Capone. Ele com seus colegas ilegalmente forneceram álcool para as multidões e ganharam muito dinheiro. O resultado era pior do que a venda legal de álcool, especialmente por causa da violência usada por eles para proteger seu “mercado.” A lei seca, infelizmente, não mudou o coração do homem.

Uma lei contra o divórcio não mudaria o coração do povo de Israel; então, Deus estabeleceu um sistema para proteger a mulher no caso de um divórcio. Todavia, Deus sempre foi contra o divórcio. Ele o odeia.

Jesus, então, disse aos fariseus: “Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério” (v.9). As palavras “por causa da fornicação” demonstram que Jesus voltou a interpretação correta das palavras “coisa indecente” em Deuteronômio 24:1-4. Ele sabia que a fornicação já adultera (ou já corrompe) a aliança entre os cônjuges. (A fornicação é o termo que abrange o próprio adultério e todos os pecados sexuais.) Em outras palavras, Jesus sabia que quando há fornicação no casamento, ela já anula o casamento. O homem não estará cometendo adultério se, depois de repudiar a adúltera, casar-se com outra.

(Nós, porém, precisamos notar que a fornicação não exige um divórcio! Efésios 4:32 nos diz: “Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.” Eu conheço casais que sofreram por causa de pecados sexuais. Em muitos casos o homem cometeu adultério contra sua esposa, mas ela, pela graça gloriosa de Deus, o perdoou. Ele arrependido voltou para ela, e Deus restaurou seu casamento! A gratidão do marido era imensa.)

Outro caso que pode causar uma separação permissível é quando um cônjuge é descrente e quer se apartar. Jesus não menciona este caso, mas Paulo disse: “Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não está sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz” (I Co 5:17).

Paulo também menciona mais um caso. É quando um dos cônjuges falece. Paulo disse: “A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor” (I Co 7:39).

Os discípulos, assim como os fariseus, também tinham a ideia que “qualquer motivo” era suficiente para largar uma mulher e arrumar outra. Agora que tinham ouvido a verdade sobre casamento e o divórcio, disseram para Jesus: “Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar” (v.10).

Claro, Jesus não quis que os discípulos desprezassem o casamento. Infelizmente, tal foi a reação deles. Na verdade, Jesus quis enfatizar para estes homens que o homem e a mulher precisam fazer o máximo para manter um bom casamento. Tudo não depende da mulher.

Todos nós crentes que já aceitamos o que Jesus e Paulo ensinaram sobre o casamento observamos como é algo revolucionário!

A Verdade Sobre o Casamento

01. O casamento não é Hollywood. A mágica de um filme é que o produtor cinematográfico tira da produção qualquer coisa que não presta. Ele limpa a história para mostrar somente o que os telespectadores querem ver. no caso de romance, um novo casal rapidamente beija e milagrosamente vive feliz para sempre (como se a qualidade daquele beijo determinasse a força do seu relacionamento). Que coisa muitíssimo superficial e falsa! Se alguém tirar suas conclusões através de Hollywood, será chocado quando se casar!

02. O casamento é trabalho. É um compromisso de trabalhar para manter o casamento e desenvolvê-lo. É cada cônjuge dando 100%, mesmo se o outro não der. É sofrer. É ter paciência. É perdoar. É dar quando não quer. É se esforçar para melhorar as coisas quando a preguiça quer tomar o controle de tudo. É batalhar. É valorizar a outra pessoa. É honrar fielmente os votos matrimoniais. É uma força bem mais profundo do que a paixão da lua de mel. Não é um experimento; é trabalho.

03. O casamento não vem com uma cláusula que inclui o divórcio. A palavra “divórcio” não faz parte do vocabulário de um casal que honra o nome de Cristo. Este casal nem inclui tal na lista de soluções para os problemas do casamento. Esta palavra que começa com a letra “d” não existe!

04. O casamento liga os cônjuges às partes mais feias das pessoas. Você viu ela a primeira vez na igreja. Que linda! Maquiagem. Vestido. Cabelo perfeito. Mas quando você se casou com ela, não foi somente um relacionamento no culto. Você se casou com a pessoa que mora na sua casa! Aquela mulher que acorda ao seu lado com um bocejo tão fedorento que você quase morre! Sim, você se casou com as partes mais feias dela.

05. O casamento sobrevive quando o perdão e a paciência de Deus governam as reações dos dois. Infelizmente, a disciplina em casa é tão fraca hoje em dia que as crianças crescem com pouca paciência e não sabem perdoar. Na criação delas, a raiva é premiada! O egoísmo é honrado. Quando se casam não sabem perdoar, e sempre falta a paciência para sabiamente lidarem com os problemas no casamento. Mas, veja bem. Um bom casamento é de um casal que sabe ter paciência e ter perdão.

06. O casamento é maravilhoso no Senhor. É tolice crer em Deus mas dizer que o casamento é ruim. Deus criou o casamento. O casamento é trabalho, mas não é ruim. O ruim é o pecado. Ele habita nos nosso corações e é aquilo que afeta negativamente os nossos casamentos. Deus, porém, honra o casamento. Ele disse em Provérbios: “Aquele que encontra uma esposa, acha o bem, e alcança a benevolência do Senhor” (Pv 18:22). Se eu não tivesse minha esposa, nem sei o que eu faria em muitos casos. Eu preciso muito dela! Deus me deu a minha esposa. Meu casamento é de Deus. Precisamos voltar à Bíblia e procurar a ter um casamento no Senhor.

[A mensagem pregada pelo Pr John no domingo 29.01.2017]

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